
Para que uma família seja verdadeira — nesta vida e na eternidade —, é essencial que seu alicerce esteja bem firmado. O namoro, quando vivido com fé, torna-se o primeiro passo nessa jornada, uma oportunidade de unir os corações e orientá-los para o céu. Mais do que sentimento, amar é uma escolha consciente, sustentada pela renúncia, pelo sacrifício e pelo desejo de santidade. Quando o namoro é vivido com responsabilidade, torna-se um degrau na escada que leva ao altar e, dali, ao céu.
Vivemos, porém, numa cultura que banaliza o amor e transforma o outro em objeto de prazer momentâneo. O “ficar” — tão comum em nossos dias — trata a pessoa humana como algo descartável, negando sua dignidade. Mas a fé cristã nos recorda que somos criados à imagem de Deus (cf. CIC 1700), São João Paulo II, em sua catequese Teologia do Corpo, reforça essa verdade ao afirmar que “a pessoa é um bem para a qual o único modo próprio de tratar é o amor”. Nesse sentido, o relacionamento entre homem e mulher deve ser guiado por respeito, castidade e entrega mútua.
O Papa também lembra que “o corpo, de fato, e só ele, é capaz de tornar visível o que é invisível: o espiritual e o divino”. Isso quer dizer que até mesmo no carinho, no toque, no cuidado, o nosso corpo deve expressar o amor de Deus — e não o desejo egoísta de possuir o outro. No namoro, os gestos devem ser expressão de respeito, de promessa, de um amor que deseja crescer e se tornar eterno. Assim, viver um namoro segundo o coração de Deus é preparar-se para um futuro em que o amor não é só sentimento, mas escolha diária de caminhar juntos rumo ao céu. Amar vai muito além de uma simples sensação emocional ou de um momento de euforia. Amar é renunciar ao egoísmo, mas jamais aos valores inegociáveis como a fé, a vivência dos sacramentos e a fidelidade a Deus.
A Sagrada Escritura ensina: “O amor é paciente, bondoso… não busca os próprios interesses” (1Cor 13,4-5). Antes de buscar alguém para amar, é preciso buscar a Deus (cf. Mt 6,33). O namoro santo é tempo de discernimento, oração e crescimento espiritual. Deus conhece nosso coração e deseja o melhor para nós. “Confia no Senhor de todo o teu coração” (Pr 3,5-6). Que cada jovem viva o namoro como vocação ao amor eterno, refletindo, já aqui na terra, o amor divino.
“Todo chamado de Deus é uma história de amor única e irrepetível.” — São João Paulo II
Mayana Kleyslla Rolim Silva
Diocese de Bacabal/MA
Grupo de Oração Adonai