Há um ano, a “Apóstola do Espírito Santo” foi elevada aos altares. Sua vida e missão seguem inspirando a Igreja a retornar ao Cenáculo, onde nasce a força da fé e o ardor missionário.

Há exatamente um ano, no dia 20 de outubro de 2024, a Igreja vivia um dos momentos mais significativos de sua história recente: a canonização de Santa Elena Guerra, proclamada pelo Papa Francisco no Vaticano. Conhecida como a Apóstola do Espírito Santo, a fundadora das Irmãs Oblatas do Espírito Santo foi elevada aos altares como testemunha viva de uma vida inteiramente dedicada a tornar o Espírito Santo mais conhecido, amado e adorado.
Hoje, ao recordarmos o primeiro aniversário dessa canonização, percebemos que ela foi mais do que um evento histórico: foi um sinal de Deus para o nosso tempo, um convite à Igreja inteira para retornar à fonte, ao Cenáculo da oração, onde tudo começou.
Uma mulher à frente do seu tempo
Nascida em Lucca, Itália, em 1835, Elena Guerra viveu num contexto de grandes mudanças culturais que exerciam um impacto negativo sobre a fé, comprometendo-a a ponto de deixá-la enfraquecida. Ciente dessa realidade, Elena compreendeu que o único caminho para restaurar o coração humano, fortalecer a fé e renovar a Igreja seria por meio do Espírito Santo.
Assim, como a história nos revela, Elena escreveu cartas ao Papa Leão XIII pedindo que convocasse os fiéis do mundo inteiro a voltarem ao Cenáculo pela oração. O Santo Padre acolheu seu pedido e publicou a Encíclica Divinum Illud Munus (1897), dedicada à Pessoa do Espírito Santo, instituindo também a novena de Pentecostes em toda a Igreja.
“Voltemos ao Espírito Santo para que Ele se volte a nós”, dizia Elena. Sua convicção permanece atual: sem o Espírito Santo, a Igreja perde o ardor missionário, a coragem profética e o vigor do amor.
Um recado de Deus para o nosso tempo
A canonização de Santa Elena Guerra é um sinal providencial em meio aos desafios espirituais e culturais de nosso século quando cada vez mais o mundo é impactado pela indiferença religiosa, pela pressa e pela superficialidade, tornando sua vida em um chamado à esperança e à docilidade ao Espírito.
O Papa Francisco, na homilia da canonização, recordou que “vence não quem domina, mas quem serve por amor”. E é exatamente isso que a vida de Elena expressa: um amor audaz e humilde, que se fez serviço e oração pela Igreja inteira.
Mais que uma patrona, uma mestra do Espírito
A Renovação Carismática Católica sempre reconheceu em Santa Elena uma inspiração especial. “Ela está intimamente ligada à Renovação Carismática, essa corrente de graça que nasce na Igreja em resposta às suas orações”, afirmou Vinícius Simões, presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL.
No entanto, a mensagem de Elena Guerra ultrapassa o Movimento Carismático, seu legado é para toda a Igreja, assim como a devoção ao Espírito Santo que ela tanto promoveu se apresenta como uma necessidade urgente e universal. Conforme acreditava Santa Elena, Pentecostes não é um evento do passado: ele se renova em cada coração que se abre ao Espírito. Sendo assim, a canonização desta Santa é também um convite à experiência pessoal do batismo no Espírito Santo, que transforma, cura e envia.
Retornar ao Cenáculo
Em sua trajetória, Santa Elena constatou que para que a Igreja permanecesse fiel a sua missão era preciso que voltar continuamente ao Cenáculo, para que, assim como aconteceu com os apóstolos, seja possível receber o Espírito e, só então, colocar-se em posição de saída para evangelizar o mundo com coragem.
Nesse sentido, diante de uma realidade atual em que a dispersão e a distração espiritual só crescem, a mensagem de Santa Elena Guerra continua a reverberar de forma muito clara: sem o Espírito Santo não há Igreja viva. Ou seja, assim como no final do século XIX, também hoje o mundo precisa de uma “nova efusão do Espírito” para reacender a fé.
Uma primavera que não terminou
O livro “Santa Elena Guerra: E logo será primavera, um Pentecostes sem fim”, publicado pela Loja da RCCBRASIL, recorda que a santa “criou uma atmosfera espiritual para uma nova primavera na Igreja” que continua hoje, em cada Grupo de Oração, em cada família e em cada fiel que se deixa guiar pelo Espírito.
Além disso, o Livro retrata quem foi Elena Guerra, qual foi sua missão, como ela nos auxilia a retornar ao cenáculo, aprofunda sobre como foi o apostolado de Santa Elena Guerra ao Espírito Santo e, por fim, apresenta as cartas enviadas ao Papa Leão XII, que foram de grande importância para seu apostolado.
Um ano após sua canonização, Santa Elena Guerra continua a inspirar a Igreja a redescobrir o dom do Espírito Santo. Sua vida simples e sua coragem profética mostram que a renovação da Igreja começa no coração de cada batizado.
Que a intercessão de Santa Elena nos ajude a clamar com fé:
“Veni Sancte Spiritus!
Renova a face da Terra, a Tua Igreja e o meu coração.”