



















A tarde do segundo dia de eventos promovidos pela Renovação Carismática Católica do Brasil foi mais uma vez marcada por momentos de reflexão, espiritualidade e formação voltados para diversas realidades da vida cristã. Com pregações, adoração e mesas-redondas, o segundo tempo do dia aprofundou temas fundamentais como a vida em família, o papel dos cristãos na sociedade e a inclusão de crianças atípicas na vivência da fé.
Ministério para as famílias: o lar como santuário e missão
Na Tenda das Famílias, o casal Juninho e Rafaela Cassimiro, da Comunidade Kénosis, conduziu a terceira pregação com o tema “Onde estão os filhos? O papel da família na educação dos filhos”. Com base em sua vivência conjugal e espiritual, destacaram que o relacionamento entre marido e esposa deve ser prioridade e base sólida para a formação dos filhos e ressaltou que a estrutura emocional do lar, a vivência autêntica da fé e o exemplo cotidiano são os principais pilares para criar filhos seguros e cheios de valores.
“Ser família é mais do que um ministério, é sua vocação, seu chamado de vida”
Logo após, Luciana Neves, secretária-geral da RCCBRASIL, fez uma meditação com o tema “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu” (Ecl 3, 1-8) – O valor do tempo em família. Inspirada em Nossa Senhora, Luciana convidou os participantes a refletirem sobre as prioridades da vida cotidiana e a necessidade de conciliar os compromissos profissionais com uma presença real no lar, sustentada pela ação do Espírito Santo.
Ministério de Fé e Política: Evangelizar espaços públicos
No espaço do Ministério de Fé e Política, o professor Elvis Rodrigues, membro da Comissão Nacional de Formação, apresentou uma provocadora pregação sobre “Os ambientes públicos como locais de vivência e propagação do Evangelho de Cristo a partir do Grupo de Oração”. Baseando-se no Evangelho de Mateus (5, 13-16), Elvis destacou que não há realidade humana que não deva ser alcançada pela luz do Evangelho. “Não existe separação entre o eu eclesial e o eu profissional”, convidando os participantes a “carismatizarem” todos os ambientes, inclusive os de atuação pública e política.
Em seguida, o professor e escritor Felipe Aquino falou sobre “O cristão leigo e os desafios para a vida em sociedade”, oferecendo um panorama histórico das perseguições enfrentadas pela Igreja desde os tempos apostólicos até os dias atuais. O professor Felipe também defendeu que os cristãos com influência intelectual ou social devem se posicionar com firmeza em defesa da verdade, elogiando aqueles que se dedicam publicamente à defesa dos valores cristãos.
Ministério para Crianças e Adolescentes: Inclusão e batismo no Espírito Santo
Enquanto isso, no Ministério para Crianças e Adolescentes, o pregador Daniel Pio, coordenador estadual do Ministério de Oração por Cura e Libertação da RCC Minas Gerais, abordou o tema “Crianças e adolescentes atípicos batizados no Espírito Santo”.
De forma sensível e inspirada, Daniel destacou que cada criança possui uma realidade única, e que o Espírito Santo capacita os evangelizadores a atenderem com sabedoria e sensibilidade essas diferenças. Ele chamou atenção para a necessidade de estratégias diferentes para lidar com cada filho ou cada jovem.
“As crianças neuro atípicas estão entre nós e têm direito ao batismo no Espírito Santo”
Daniel encorajou os evangelizadores a confiarem na ação do Espírito e a estarem atentos aos sinais que indicam necessidades específicas nas crianças. Com base nos Evangelhos, afirmou que o Espírito Santo é mestre e guiará cada servo no cuidado e na evangelização desses pequenos.
Santa Missa: A importância da memória, da tradição e dos antepassados
A Santa Missa ao final da tarde do segundo dia foi presidida mais uma vez pelo padre Micael de Moraes, sjs. Em sua homilia fez uma reflexão sobre a cultura atual do descarte e a necessidade de resgatar o valor da memória, da tradição e do relacionamento familiar.
Inspirado na comemoração litúrgica dos pais de Maria Santíssima, São Joaquim e Sant’Ana, o sacerdote destacou que Jesus, ao assumir a natureza humana, também teve avós, antepassados e uma genealogia marcada por virtudes e pecados, mostrando que a salvação se realiza na concretude da vida.
“Tradição não é um museu de múmias e bolor, mas uma realidade viva, é a vida da Igreja e da família que se transmite de geração em geração”
Criticando a mentalidade moderna que ignora o passado em nome do imediatismo, ele alertou que uma geração que não conhece sua história corre o risco de perder sua identidade.