
A Igreja celebra hoje (25) a memória litúrgica de Santa Miriam de Jesus Crucificado, conhecida também como a “Santa Árabe” ou a “Pequena Nada de Deus”. Nascida em Abellin, na Galileia, em 5 de janeiro de 1846, e falecida em 26 de agosto de 1878, em Nazaré, Miriam é reconhecida por sua vida marcada pela humildade, pelo amor à Santíssima Trindade e pelos dons extraordinários que recebeu do Espírito Santo.
Filha de uma família árabe católica do rito greco-católico, Miriam nasceu como fruto de uma graça pedida por seus pais em oração a São José. Órfã aos três anos, foi criada por tios no Egito, onde começou a manifestar dons sobrenaturais logo após a primeira comunhão.
Uma vida entregue a Cristo
Ainda adolescente, recusou-se a seguir um casamento arranjado e professou sua fé cristã com firmeza. Essa atitude quase lhe custa a vida, pois, em 1858, quando tinha 12 anos, foi atacada por um jovem muçulmano, que cortou a sua garganta. Largada em um descampado para morrer, foi socorrida por uma mulher vestida de azul, que Miriam reconheceu como a Virgem Maria. A experiência mística marcou o rumo de sua vida religiosa.
Em 1865, ingressou na Congregação das Irmãs de São José da Aparição, na França, mas, dois anos depois, por causa dos fenômenos extraordinários que vivia, foi encaminhada ao Carmelo de Pau. Ali recebeu o nome de Maria de Jesus Crucificado, consolidando sua vocação carmelita.
Dons carismáticos e fundações
Santa Miriam era frequentemente vista em êxtase durante a oração, recebeu os estigmas de Cristo, tinha dons de profecia, discernimento, bilocação, cura e levitação. Um de seus testemunhos mais fortes foi a oração constante: “Vem, Espírito Santo”.
Por obediência, participou da fundação de um Carmelo na Índia. Depois, atendeu ao pedido de Jesus para fundar o primeiro Carmelo Descalço na Terra Santa, em Belém, no ano de 1876. Trabalhando na construção desse mosteiro, sofreu um acidente que causou uma grave infecção no braço, que a levou à morte em 26 de agosto de 1878, aos 32 anos de idade.
Canonização e exemplo para a Igreja
Santa Miriam de Jesus Crucificado foi beatificada em 1983 por São João Paulo II e canonizada em 17 de maio de 2015 pelo Papa Francisco. Durante a beatificação, João Paulo II afirmou: “Nela, tudo nos fala de Jesus.
Seu testemunho de humildade e abandono total à vontade de Deus continua a inspirar religiosos e leigos. Ela mesma se definia como o “nadinha de Deus”, para que em tudo transparecesse apenas a ação do Espírito Santo.
Um coração carismático
Reconhecida como uma santa de dons carismáticos, Santa Miriam recorda à Igreja a importância da docilidade ao Espírito Santo. Seus êxtases, profecias e visões eram sinais de um coração profundamente enamorado de Deus e comprometido com a missão.
No dia 25 de agosto, a memória litúrgica de Santa Miriam recorda ao mundo a vida de uma mulher simples, árabe, carmelita e carismática, que com sua pequenez deixou-se guiar totalmente pelo Espírito Santo.
ORAÇÃO
“Espírito Santo, inspirai-me;
Amor de Deus, consumi-me;
Ao verdadeiro caminho, conduzi-me,
Maria, minha Mãe, olhai para mim,
com Jesus, abençoai-me;
de todo mal, de toda ilusão,
de todo perigo, preservai-me!”