No segundo domingo de agosto, o Brasil celebra o Dia dos Pais, data que coincide com a Semana Nacional da Família, no contexto do Mês Vocacional. Essa proximidade não é simples coincidência, afinal, ser pai é, antes de tudo, uma vocação. É aceitar a um chamado de Deus, para exercer essa missão com amor, proteção e cuidado. Num mundo marcado pelo enfraquecimento dos vínculos familiares, este dia é uma oportunidade para refletirmos sobre a grandeza e a ternura presentes na missão paterna.

Deus, fonte de toda paternidade

Para compreender a vocação de ser pai, é preciso começar pelo reconhecimento da paternidade de Deus, conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica:

“Ao designar Deus com o nome de «Pai», a linguagem da fé indica principalmente dois aspectos: que Deus é a origem primeira de tudo e a autoridade transcendente, e, ao mesmo tempo, que é bondade e solicitude amorosa para com todos os seus filhos. Esta ternura paternal de Deus também pode ser expressa pela imagem da maternidade”

CIC 239

Jesus Cristo nos mostra que Deus é Pai, não apenas seu Pai, mas também de toda humanidade, razão pela qual rezamos: “Pai Nosso”. E se Deus é a fonte de toda paternidade, como nos lembra São Paulo: “Por isso dobro os joelhos diante do Pai, de quem recebe o nome toda a paternidade no céu e na terra” (Ef 3,15), então ser pai é participar de um chamado divino. Os pais não são apenas provedores materiais, mas sinais vivos do amor e da presença de Deus na vida dos filhos. O Papa Francisco, em uma catequese dedicada às famílias, afirmou:

“Sem a graça do Pai que está nos céus, os pais perdem a coragem e abandonam o campo. Mas os filhos têm necessidade de encontrar um pai que os espera quando voltam dos seus fracassos. Farão de tudo para não o admitir, para não o revelar, mas precisam dele; quando não o encontram, são-lhes abertas feridas difíceis de cicatrizar”

Papa Francisco, Audiência Geral, 4 de fevereiro de 2015

São José: modelo de paternidade

Entre todos os exemplos de paternidade na Sagrada Escritura, nenhum é maior do que o de São José. Homem simples, silencioso e profundamente obediente a Deus, José foi escolhido para exercer a paternidade legal de Jesus e, junto com Maria, formar a Sagrada Família de Nazaré.

Ser pai, à imagem de São José, significa ser guardião. Significa proteger, prover, ensinar, apoiar e, sobretudo, amar sem medidas. Como José, todo pai é chamado a viver sua vocação com humildade e fidelidade a Deus.

A paternidade não é apenas uma função biológica ou social, mas um verdadeiro ministério. O pai é chamado a ser educador da fé, testemunho de virtude e presença amorosa. Como diz a Sagrada Escritura:

“Ensina a criança o caminho que ela deve seguir, e ainda quando for velho não se desviará dele”

Pr 22,6

Portanto, ao iniciar a Semana Nacional da Família, a Igreja convida a olhar para os pais com gratidão e a rezar por eles. Que cada homem chamado a essa vocação encontre em Deus Pai e em São José a inspiração necessária para viver com fidelidade, coragem e ternura sua missão.

E que todo pai possa, diante de seus filhos, refletir o rosto do Pai do Céu: fonte de todo amor, proteção e misericórdia.